A FLOR E A RELVA
Ela era a mais linda flor que habitava o topo da colina, cheirosa, delicada e graciosa, e o tempo todo me olhava por cima. Não poderia ser diferente, ela era a flor perfeita e intacta, e eu simplesmente relva, rasteira, pequena e fraca. Eu a amava como louco e adorava o seu mínimo movimento, do topo de seu caule ela não me via, apaixonada como estava pelo vento. E o vento sabia como atraí-la, transformava-se em suave brisa e balançava docemente a flor, que tremia de ternura e amor. Mas o vento era soberbo e leviano e voava por paragens distantes, e a flor não tardou a saber que o vento tinha outras amantes. Ciúmes fortes e brigas, até que o vento num lance violento, arrancou do caule a flor que pereceu num momento. Acabou-se o romance e agora, com suas pétalas feitas em pedaços, a antes linda flor da colina, desfaz-se lentamente em meus braços. J B ROMANI
Enviado por J B ROMANI em 15/11/2008
Alterado em 12/11/2014 |