ZUMBÍ
A luz pálida do luar clareia
as ruas da minha cidade. Quem mais viveria aqui? Só eu mesmo, zumbizando por essas vielas, procurando o caminho do túmulo no cemitério abandonado. Estou voltando para casa, nos muros destruídos pelo tempo pichei versos de uma canção, perdida na memória da terra, velha como Atlântida, a canção ressoa em minha mente. EU VOLTAREI E OS ENFORCAREI, EU VOLTAREI E OS ENFORCAREI. O ranger de janelas apodrecida acompanha o meu canto solitário, encho o peito corroído pelos vermes e canto alto, cada vez mais alto. EU VOLTAREI E OS ENFORCAREI, EU VOLTAREI E OS ENFORCAREI. Os ratos do esgoto riem de mim. Ei Zumbí... Seus inimigos já morreram. Ratos idiotas, quem se importa? Se morreram, se queimarão no inferno com a corda no pescoço. Eu canto e a minha voz ecoa pelas ruas. Os grilos acompanham a canção, creio que concordam com a minha vingança, antes de entrar no túmulo cantarei ainda mais uma vez, somente para aborrecer os ratos. EU VOLTAREI E OS ENFORCAREI, EU VOLTAREI E OS ENFORCAREI.
J B ROMANI
Enviado por J B ROMANI em 26/11/2008
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