Lentamente ela passa o baton,
e passa o esmalte nas unhas da mão, não liga se a criança abandonada debaixo da ponte tem pão ou não. Põe o brinco de ouro na orelha, escova o cabelo esvoaçante, não se importa com o frio do andarilho, nem com a amargura do mendigo errante. É luxo, é luxo, é luxo em vão, não existe límite prá essa ilusão, então eu pergunto: Prá que tanto brilho? se os vermes do cemitério não fazem questão. Na academia ela modela as pernas, e com cirurgia, acerta o nariz, não liga pro velho sem hospital ou menino de rua com olhar infeliz. No salão de baile ela se diverte, sempre pensando na badalação, não liga prá família carente que perdeu tudo na inundação. É luxo, é luxo, é luxo em vão não existe límite prá essa ilusão, então eu pergunto: Prá que tanto brilho? Se os vermes do cemitério não fazem questão. J B ROMANI
Enviado por J B ROMANI em 13/12/2008
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