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Eu era menino, e o deserto não era o melhor lugar do mundo para alguém crescer. Atrás de cada duna e até mesmo na sombra do oásis, o inimigo podia estar espreitando e armando o seu ataque. No escuro da noite, quando se ouvia o lobo uivando, podia ser o sinal do perigo. As serpentes, escorpiões e aranhas eram inofensivos ante a fúria dos atacantes. Eu era um menino, mas já fazia armadilhas e afiava facas, flechas e lanças. Uma vida de batalhas, onde braços eram decepados e cabeças rolavam pelas dunas numa disputa pelo espaço, pela água ou sabe se lá por qual motivo. Quando o inimigo surgia, era hora de luta, não se perguntava motivos, atacava-se... E o melhor preparado ficava com as sobras. E eu cresci... Nunca parei para contar os mortos, e nem para enterra-los, os abutres fizeram isto. No sono leve, a espada deitava-se comigo, e na hora da luta sempre esteve desperta. Foi uma vida de batalhas, onde a morte nunca teve nenhuma importância. A morte? Se ela pensa que vai me levar sem luta... Ah.... Ela não sabe o que a espera. J B ROMANI
Enviado por J B ROMANI em 15/03/2009
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