C R U É L
O louva a Deus se ajoelha e despedaça o grilo sem perguntar, se a canção que ele cantava era serenata ou canção de ninar. Distante alguém explode uma bomba e a destruição e´ bem maior, Esse Deus, esse dono do mundo não perguntou, se havia um plano melhor. Num vôo rasante o gavião alcança e liquida uma pomba, símbolo da paz, no ninho, divide pedaços com seu filhote e diz: Viu? É assim que se faz. Na rua eu passo por um menino sujo que meio descoberto dorme na calçada, e eu cidadão perfumado, vou em frente, tanta coisa para fazer, eu não vi nada. É primavera na minha mansão e no jardim tudo está pronto para ele florir; formigas cortadeiras destroem um botão de rosa, que ainda ia se abrir. Da natureza violenta, da violência da humanidade, eu faço uma poesia que espalho pela cidade. J B ROMANI
Enviado por J B ROMANI em 01/05/2009
Alterado em 18/04/2011 |