J.B.ROMANI

Eu colho as pedras do caminho como se fossem uvas e bebo a poeira como se fosse vinho.

Textos


A BOMBA INVISÍVEL





Em  seu  palácio o  ditador  rosnava  para seu ministro de defesa,
que comentara sobre a reação internacional ao plano de ataque
com armas nucleares aos países vizinhos.
Mostraremos a eles a nossa força, e daremos ao mundo uma
lição inesquecível.
Jung Nyem, o ministro saiu concordando e  desculpando-se pela
observação, intimamente sabia que o poderio militar de seu país,
amedrontaria seus vizinhos, mas amedrontar o mundo  não era a
mesma coisa.
As  posições  internacionais  já  condenavam o seu ditador,  sim-
plesmente pelas ameaças,  pois de  fato somente  testes haviam
sido feitos com as novas bombas e a reação mundial  foi extrema-
mente contra tais testes.
Sanções internacionais já estavam sendo tomadas contra o  seu
país  e breve problemas de várias ordens chegariam até a popula-
ção  e o apoio do povo é fundamental para qualquer regime.
Parado  na  era  da  ignorância, o ditador, sonhava  aumentar seu
império  com  bombas  atômicas  produzidas  com  tecnologia de
décadas atrás.

Em  outros  países  distantes dali  a preocupação era outra, uma
gripe nova já havia feito centenas de vítimas e enquanto as
autoridades diziam que tudo estava sobre controle, várias pessoas
já não faziam parte do mundo dos vivos.

Em um laboratório no Ocidente, um cientista atualizava sua planilha
para a próxima reunião.
O sucesso da nova arma era surpreendente.
Se vírus de pouca ação, estava fazendo aquele resultado, a nova
geração sim, era a nova arma de conquista, silenciosa, sem exércitos,
 sem grandes movimentações, e principalmente sem acusações,
pois até agora as histórias de culpar animais davam bons resultados.

No começo da noite um homem numa motocicleta passa nos
arredores do Palácio Governamental, e acredita que pela movi-
mentação e luzes muita gente ainda está em seu interior, prova-
velmente até o próprio ditador, joga uma ampola de vidro que
se quebra numa coluna e se afasta como se fosse apenas mais
um cidadão encerrando o dia.
Após afastar-se do palácio sem despertar suspeitas, acelera a
motocicleta e parte para o aeroporto de volta ao seu país, ele
conhecia o resultado da ação do conteúdo da ampola e veria as
informações nos próximos noticiários.

   No dia seguinte era ainda cedo quando o ministro Jung Nyem,
telefonou ao ditador dizendo que passaria no medico, sentia
algumas dores  que acreditava ser um resfriado.






 
J B ROMANI
Enviado por J B ROMANI em 05/07/2009
Alterado em 18/02/2020


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