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DA MISÉRIA Num barraco lá no morro, Juão rói um pedaço de pão, ele é um menino que cuida, de sua miséria e um irmão. Sua mãe faz limpeza, na cidade, numa mansão, desce o morro di madruga e se espreme no busão. É mano tatuado que faz cara de vilão, e mina de shortinho que só fala palavrão. Sua mãe é evangélica o peito cheio de amor muito do pouco que ganha vai pro cofre do pastor. O pastor na televisão se veste elegantemente, tem quem fala mal dele mas isso é gente descrente. Juão espera sua mãe que só volta no fim do dia, na tv pequenininha, vê sua vida vazia. E enquanto o som do funk, embala esse povo capacho, políticos e pastores gargalham e a miséria rola morro abaixo. J B ROMANI
Enviado por J B ROMANI em 23/08/2009
Alterado em 27/11/2016 |